terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Fragmentos 5


A divina Elizeth Cardoso em:

No Youtube

JANELAS ABERTAS
“Sim, eu poderia fugir meu amor
Eu poderia partir sem dizer
Para onde vou nem se devo voltar
Sim, eu poderia morrer de dor
eu poderia morrer e me serenizar
Ah, eu poderia ficar sempre assim
Como uma casa sombria
uma casa vazia
sem luz nem calor
Mas, quero as janelas abrir
para que o sol possa vir
iluminar nosso amor
…................ (bis)


CANÇÃO DA MANHÃ FELIZ
Luminosa manhã
por que tanta luz
Dái-me um pouco de céu
Mas não tanto azul
Dái-me um pouco de festa não extra
Que é demais pro meu anseio
Este raio na manhã você sabe ele vem
Despertou-me chorando
E até me beijou
Eu abri a janela e este sol entrou
De repente em minha vida
Já tão fria e sem desejos
Estes festejos esta emoção
Luminosa manhã
Tanto azul
Tanta luz
É demais para o meu coração


BOM DIA
Amanheceu que surpresa
Que reserva a tristeza
Nesta manhã muito fria
Houve algo de anormal
Tua voz habitual
Não ouvi dizer bom dia
Teu travesseiro vazio
Provocou-me arrepio
Levantei-me sem demora
E a ausência dos teus pertences
Me diz, não te convences, paciência
Ela foi embora
Nem sequer no apartamento
Deixastes um eco um alento
Da tua voz tão querida
E eu, eu conclui num repente
Que o amor é simplesmente
O ridículo da vida
Num recurso derradeiro
Corri até o banheiro
Pra te encontrar
Que ironia
E que erro cometestes
Na toalha que esquecestes
Estava escrito bom-dia
bom-dia, bom-dia”


03/06/12: Marolinhas:
Asneirolas
anexim = provérbio, máxima
pelintra = descarado, sem vergonha
O Fidus Achates
Jeribita = cachaça
Mondrengo – mondrongo – disforme.
Vox exclamantis in deserto (a respeito dos pensadores dos partidos políticos)
“Não há lutas pelas ideias, há briga por causa do poleiro” (Macedo – Carteira do Meu Tio, pg. 78)
Avuncular – relativo ao tio ou à tia
Abantesma
Matronaça – bafo pestífero
Discussão entre o progresso material sozinho e o progresso moral e político conjugado. (C-M-Tio)
Adjetivos só encontráveis em textos do PCdoB: títere, governo subserviente, prisão infecta.
Iracundo – sobejos motivos
Chocarrice
Quevedo: “cuernos hay para todos”.
Quevedo na opinião de Gôngora:
[Que se crie o] Tribunal da justa vergonha, erigido contra os escritos de Francisco Quevedo, mestre dos erros, doutor em sem-vergonhice, licenciado em bufonarias, bacharel em sujeiras, catedrático em vícios e proto-diabo entre os homens.

Os textos a seguir fazem parte das anotações para o ensaio sobre o Sagrado e o Profano no século XVII, contido no blog Ensaios.


Gregório de Matos — Obras Completas — Cultura, 1945

Pg. 61:
Quais são os seus doces objetos?… Pretos.
Tem outros bens mais maciços?... Mestiços
Quais destes lhe são mais gratos?... Mulatos.
Dou ao Demo os insensatos,
Dou ao Demo o povo asnal,
Que estima por cabedal,
Pretos, mestiços, mulatos.

Padre Vieira (pg. 64) "Tem dito lindeza os poetas", referindo-se a Gregório de Matos.

Pg. 115 – Poema dedicado ao irmão do padre Vieira.

Pag. 126 a 137 – Facínoras aterrorizam a vila de Porto Seguro.

Poemas de Celebração: nascimento, falecimento, casamento, etc. Até de ocorrências. Todos encomendados.

Pg. 145 – A morte do Padre Vieira. Impossível. Este poema não é dele, o que comprova a confusão de sua obra, pois Vieira morreu 2 anos depois.

VIVA O PRESENTE. O ANSIOSO VIVE O FUTURO. O RANCOROSO VIVE O PASSADO.

O mito solar da personalidade: Francisco de Campos.

Nacos:
Blasé – entendiado, insensível.
Oswald de Andrade, de Prestes sobre Jorge Amado: “existe dele uma biografia controlada pelo bardo nazibahiano Jorge Amado”.


Octavio Paz — Soror Juana Inês de la Cruz – As Armadilhas da Fé

Sainete – peça de teatro espanhol pequena, com 2 ou 3 pessoas.
Soror Juana Inês: Octavio Paz, pag 36, citação do Padre Vieira no Sermão do Mandato:
“O tempo começou com a criação do mundo porque antes do mundo não havia tempo”.
[Se não havia tempo, não poderia haver um “antes”. Como resolver a charada? A única solução, ao meu ver, é admitir que o tempo é infinito, tanto quanto o espaço, e que o Universo sempre existiu. Portanto, o tempo é uma referência cruzada do movimento estelar associado a vida orgânica. No mundo inorgânico, ele não tem sentido].

Pg 85 – Sobre o barroco e o romantismo. Talento e conceito definem a poesia barroca; sensibilidade e inspiração definem a poesia romântica. O talento inventa, a inspiração revela.

Pg. 95 – Dispersão, esquecimento e indiferença. De 1725, a última edição de seus poemas na Espanha, somente se republicou em 1940.

Pg. 141 – Galanteios de Palácio.

Pg 144 – O amor como combinação de fatalidade e liberdade.

Pg 153 (Gide): “Só uma maneira simples de considerar os sentimentos fazem ver que existem sentimentos simples”.

Pg 160: “O bom rosto de uma mulher pobre é uma parede branca na qual não existe teimoso que não queira deixar uma mancha”.

Pg 164: Confissão de Soror Inês sobre o por que tornar-se freira lembra os votos de um funcionário público que prefira a vida monástica à agitação mundana em troca do “sossegado silêncio de meus livros”.

Procurar o livro de Richard Alewyn – O Grande Teatro do Mundo. 1959.

Pgs 206-212 – As cerimônias de entrada na cidade. O barroco e a festa, o culto da morte e destruição.

Pg 219 – A política do confisco intelectual.

Pg 255 – “No exterior como no interior, aplicava Mediracceli o eterno axioma dos estadistas medíocres, segundo o qual governar é transigir e transigir é ceder”. Lula viria a ser o pontífice desta política no século XXI.

Pg 255 – Descrição de um auto-da-fé de 1680.

Pg 257 – “O signo inequívoco de toda a decadência é a perda de um projeto nacional”.

Pg 261 – Y com sus ecos suaves / las aves
Y com sus dulces corrientes / las fuentes
Y com sus clausulas de olores / las flores
Y com sus verdes gargantas / las plantas

Pg. 271 – Octavio Paz faz um ensaio sobre as dificuldades da BIOGRAFIA.

Pg. 342 – Será que J. Inês leu em português? Soror Juana cita só 2 autores da língua portuguesa. O padre Vieira e a duquesa de Aveiro. O.P. acha que ela deve ter lido Camões, Francisco Manuel de Melo e alguns outros.

ATENAGÓRICA – Significa digna da sabedoria de Atenéia de Athena – a deusa grega da sabedoria.

Vieira nunca soube da crítica de Juana Inês, que aparece nos últimos dias de novembro de 1690. Pois se ele morreu em 1691 é óbvio que a circulação de livros não tinha a velocidade de poucos meses.

Sermão do Mandato – pg. 541. Predicado na quinta-feira, na cerimônia do lavatório, cujo tema é um versículo de São João. É o tema do amai-vos uns aos outros. A discussão de que consiste o amor ao próximo, o amor de Deus é o tema de Vieira e da crítica de Juana Inês.

A população de Salvador no final do século XVII era de 35 mil habitantes em todo o Recôncavo, sendo que 25 mil eram escravos. Haviam mais de 100 engenhos de açúcar na região. Vieira teve um irmão que foi secretário de estado em Salvador e que em 1662 foi criticado por conta dos senhores de Engenho ao rei D. Afonso VI sobre o excesso de individualismo.

Pg 359 – As dificuldades de modernização do México pela herança retrógrada.

Pg 363 - “Ir y quedarse y con quedar partirse, / partir sin alma, y ir con alma ajena” (Lope de Vega).

Pg 365 – AD MAJOREM DEI GLORIAM

Pg 395 – Poema sobre o amoroso tormento.

Pgs 405-406 – Sobre o amor correspondido e o amor sublime. E continua com a análise do caráter de Soror Juana (409).

Pg 418 – A questão moral: “quién tine la culpa, la que peca por la paga, / o el que paga por pecar?” Crítica ao machismo.

Pg 459 – O. Paz mostra como o teatro de Sor Juana se adaptava à moda da época, da mesma forma que o realismo socialista em nosso tempo. Isso vale para a minha crítica a literatura norte-americana controlada pelas grandes casas editoriais.

Pg 525 – Conexio rerum. As séries encadeadas de Aristóteles.

Pg. 556 – Explica a questão da rivalidade entre prelados como a causa da hostilidade de Aguiar y Seixas (Sor Juana Inês – O. Paz) contra Juana Inês.

Pg. 560 – como era Aguiar y Seixas.

Pg. 563 - A teologia era a máscara da política. [Impressionante esta percepção de O. Paz, uma vez que no stalinismo o mesmo fenômeno se repete na questão das lutas internas pelo poder sustentadas pela “correta” interpretação do marxismo].

Pg 573 – Tinha um ideal de saber poligráfico.... queria abraçar com certa profundidade os temas e as ciências que formavam o núcleo da cultura de sua época, procurando discernir os nexos e os elos que uniam esses díspares conhecimentos uns dos outros. Não era portanto uma diletante para O. Paz.

Pg 574 – Não era uma especialista, mas o espírito que tenta descobrir os escondidos enlaces entre uma disciplina e outra.

Pg 585 - “... a mania clerical que procura sempre ocultar a verdade real e substituí-la pela edificante”. [Me lembrei da Rede Globo].

Pg 623 – Paralelismo entre a personalidade do conversor Nuñes de Miranda no século XVII e a do revolucionário no século XX.

Pg. 632 – Impressionante descrição sobre a autoflagelação das freiras. Até a pg 635 O. Paz descreve uma interpretação da renúncia de Juana Inês e sua condenação, com os processos stalinistas em um brilhante paralelismo de procedimentos da Inquisição com os tribunais revolucionários.

Pg. 635 – apaixonada pela poesia jocosa. As semelhanças entre os séculos XVII e XX é o das sociedades regidas por uma ortodoxia.

Pg. 637 – “Em Soror Juana são claramente perceptíveis certas características do temperamento melancólico; ao mesmo tempo, também aparecem características que pertencem ao narcisista. A relação entre ambos se estreita e tem sido destacada várias vezes; contudo, as diferenças são profundas e as transformam em tendências opostas. O melancólico não está apaixonado por si mesmo, mas por um objeto ausente, e por isso Freud associou a melancolia ao luto. O melancólico acredita, além do mais, que foi o culpado pelo desaparecimento do objeto amado e daí as contínuas queixas e reprimendas que faz a si próprio. O narcisista, apaixonado por si mesmo e por sua imagem inalcançável (mas não ausente), padece de uma incapacidade de amar o outro. Não pode objetivar seu desejo”.

Nacos:
Cascavilhar:
CANCIONEROS – [hoje Songbooks] de Gôngora. Circularam em sua época como cópias manuscritas.
BATUTA


Estela Canto – Borges à Contraluz – Ed. Iluminuras – 1991.

Pg. 81 - “Sempre tenho pensado: a vergonha é o imperdoável. A vergonha é o que mais pode separar dois seres humanos; não só odiamos a pessoa que nos envergonha, como este ódio também se estende às testemunhas casuais de nossa vergonha. Curiosamente as coisas que envergonham as pessoas nunca são as mesmas: há mulheres que se deixaram matar antes de admitir que são torturadas, moral ou fisicamente, por um homem; outras que se comprazem no rol de vítimas; alguns homens nunca poderão reconhecer que cometeram um erro; outros centram seu poder de honra na confissão de um erro cometido.”

Pg. 140 – Os versos de Martin Fierro são diretos, comovedores às vezes. Recrutado a força como soldado, Martin Fierro decide não servir à Pátria desta maneira. Torna-se desertor, e logo salteador. Mas sua rebeldia é cega. Baseia-se, como a dos peronistas, no rancor. E deve-se dizer que talvez tenha sido esta cegueira do personagem o que o tornou aceitável para as classes cultas. Era possível comover-se com Martin Fierro porque não havia nada que temer nele.

Ser peronista era uma vergonha, ninguém se atrevia a proclamar-se abertamente, e portanto, todos os que eram, negavam.

Pg. 141 – O peronismo se apresentava de tal forma que nenhuma pessoa culta, ou pretensamente culta, podia se sentir atraída por ele.


Isaiah Berlin – A Força das Ideias

Li, mas não anotei nada. A Rosalba gostou do livro mais do que eu.

Complexo de viralata 1: é a incrível melhora na reputação de pessoas mortas que o brasileiro costuma atribuir. Me lembrei da fama de Adelmo Genro Filho em alguns círculos jornalísticos. Ele tem sido citado por ter teorizado sobre um livro que dei ao Sergio Weigert que repassou a ele --, como um grande teórico do jornalismo, quando era apenas um neomarxista usando a teoria de Armand Mattelart.
Complexo de viralata 2: a oposição ao liberalismo e ao FMI. O charlatanismo ambiental. A ideia generalizada de que o governo não investe em ferrovias porque a indústria automotiva não deixa. O fator freudiano do sub-solo e do nióbio –> DNABRASIL –> O regressismo.

Testículo gesticulante [bom trocadilho]
Opíparos – risorgimento
Estadão – PesTeadão
pejorativamente – sibilina
Oclocracia – governo da ralé.
O pensar anestésico: pensamento esterilizado que não contamina ninguém. O fanatismo da mesmidade.
Valéry – Praticava um abuso de intimidade com o silêncio.
Lautréamont – A advertência solene dos meus sovacos.
Elias Canetti – Massa e Poder.


Reinaldo Arenas – Antes que Anoiteça

Ver em Cuba para Neófitos clicando aqui

Nacos:
Prisões : Castillo del Morro ou El Morro
Vila Marista – Sede da segurança do estado e local de torturas com vapor quente na cela.

Argumentos da revista Uno + Uno contra a ciência mexicana:
1) A totalidade da ciência mexicana está identificada com a ideologia da classe dominante.
2) A ciência ocidental deve ser descartada por não corresponder às necessidades da sociedade mexicana.
3) Descreve os acadêmicos da UNAM como oportunistas, velhos caducos, jovens carreiristas e parasitas.
4) Fazer ciência não passa de um passatempo de ociosos enquanto não for derrubada a burguesia.
[Como disse o Tan: "E essa gente vota!"]

Procurar em Alexander Soljenitsin – O erro do Ocidente.

Existem escritores cujas obras os qualificam como secundários no rank dos melhores, como José Donoso, Manuel Puig, Carlos Fuentes e Manoel Scorza. Outros, cuja importância maior radica em seu protagonismo histórico do que em sua obra, como André Gide. Gide é importante porque desmascarou o stalinismo em sua narrativa de viagem à Rússia nos anos 30 e depois denunciou os campos de concentração no famoso congresso de escritores de Amsterdan (?). O mesmo vale para Reinaldo Arenas. Outros autores não se sabe porque foram tão vendidos se seus livros dificilmente podem ser entendidos (e apreciados) como José Saramago e Juan Goytisolo, este último, bom ensaísta, mas mau romancista.

Em todo o caso, o gosto muda com o tempo. Para isso, sabemos que os preferidos de uma época raramente se mantém décadas depois.

Existem também escritores que escreveram grandes livros em uma fase da vida, mas depois envelhecem, tornam-se circunspectos, perdem a graça e a ironia, o instinto sardônico e a literatura fica sem brilho e apelo que os notabilizou, como é o caso de Vargas Llosa que se americanizou por completo na técnica do best-seller já por mim tantas vezes mencionada.

Neste zoo …. da Paulista
“Rally-goers”
DEMOSCOPIA – silentium populi
– disse ligeiramente desdenhoso

“O frustrado plano de lançar um jornal cultural semanal foi logo esquecido, pois o esquecimento era o espírito da época. Qualquer coisa que não dava certo era logo esquecida. Com semelhante amnésia jamais e aprenderia com os erros”.

Elogio da Normalidade – Vuelta 75

Daniel Bell: O Ocidente e a Fé – Vuelta 75 “O homem sempre terá necessidade de explicar os temores e as perplexidades da existência humana. A resposta mais coerente à sua busca sempre tem sido a religião”.

L'Idiot de la philosophie foi como chamaram Sartre a propósito de seu ensaio sobre Flauber "L'Idiot de la familie".
Saint Simon – Le Noveau Christianisme.

Daniel Bell diz que nos anos sessenta a política e a cultura eram de “esquerda” porque eram anti-institucionais, pois este foi o contexto fundamental da expressão cultural na sociedade ocidental ao longo deste século, senão antes.

Nacos:
Visceral, iracunda.
“Noli me tangere”.
Oneomania – impulso exacerbado de comprar coisas sem necessidade.
'Quem erra e se emenda, a Deus se encomenda' – Cervantes
Cotufas en el golfo
Marisabidilla → mulher que se presume sábia. [Ninguém usa isto]

Tem muita coisa que a gente faz para esquecer. O mesmo se pode dizer dos jornalistas com seus jornais.

Bernard Lewis – O que deu errado no Oriente Médio?
Victor Nunes Leal – Coronelismo, Enxada e Voto.
O Brasil e os Brasileiros – D. P. Kidder e J.C. Fletcher
C. B. Macpherson – A teoria política do individualismo

“Para aquém da apoteose”.
“Traggi un suono de crudo lamento
O t'ispiri il signore un concerto
Che ne infonda al partire virtú”.

“YO SOY CREADO” de Carlos Fuentes é um conto em que demonstra a tentativa do autor de ser engraçado com a linguagem sem possuir o 'sense of humor' espontâneo, aquele veio satírico que amansado faz de Cabrera Infante um mestre.

CUBA: Ricardo Bofill Pagés era professor de ideologia marxista e vice-reitor da Universidade de Havana, condenado por “desvio ideológico”, foi liberado e encarcerado novamente. Recebeu sentenças chamadas de “plantadas” em virtude de suas opiniões não serem crimes. Vuelta 122 – Janeiro / 1987

A Mente Cativa – de Czeslaw Milosz
“O homem é um animal que, encurralado, se torna eloquente” - George Steiner.

UMA PRAGA BÍBLICA:
“Tu Pedro erguerás sobre esta pedra um petralha”.

Observações em Vuelta 126 – Pierre Clastres.
La Boétie – Pierre Clastres
O desfile dos bichos e a origem do teatro, pela imitação dos animais.
Nicolau Sevcenko – Literatura como Missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República. Este livro fez sucesso nas críticas da Folha de SPaulo e Estadão. Mas ao lê-lo, percebe-se que se trata apenas de um estudo comparativo entre Machado de Assis e outros autores. Fiquei decepcionado.
Gilberto Freyre – Sobrados e Mocambos.
Enrique Rodó – Ariel
Martinez Estrada – Radiografia de la Pampa.
Von Keyserling – Meditações Sul-americanas.
O modismo desenfreado de nossos intelectuais impediu-os de olharem para o Brasil com seus próprios olhos.
PATUSCADAS E BATUCADAS -
Inciting splittism
Títeres e fantoches
Pudidos e mal fagos
Korea: The Impossible Country
Daniel Tudor – é um livro e de Brian Hall é outro …. o choque é sobre a CNorte. Parei no capítulo XVI de Quando Nietzsche chorou. Não gostei desse livro.

Que horrível viver a vida que nos foi atribuída e não a que queremos....

“A tese do eterno retorno é a de que o tempo é infinito e a força (isto é, a substância básica do Universo), é finita. Dado um número finito de estados potenciais do mundo em uma quantidade infinita de tempo já passado, segue-se que todos os estados possíveis já devem ter ocorrido e que o estado presente deve ser uma repetição; e igualmente aquele que lhe deu origem e o que dele decorre, e assim sucessivamente de volta no passado e à frente no futuro”. Quando Nietzsche Chorou – pg. 240

"Todavia sei que o orvalho cai mais abundante quando a noite é mais silente".

Polidipsia – excessiva sensação de sede.
Clerc – clérigo
Blanche – acordado, limpo; nuit blanche = noite acordado.
Amar sem ser amado
é o mesmo que
limpar o cu
sem ter cagado

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CREDIBILE EST QUIA INEPTUM EST]
CERTUM EST QUIA IMPOSSIBILE – Tertuliano – De carne christi.
Gonfaloneiro da galhofa – profecia – flavescente
Gayucho de bombicha
“Mentula” - nome vulgar para o pênis entre os romanos, citado por Catulo.
FEATONTES E RINOCERONTES NA BOCA DO MONTE.
Reinaldo Moraes: 1) Castelo escrotiforme; 2) Prelibadoras bronhas.

Não é necessário dizer tudo o que se pensa, mas é necessário pensar tudo o que se diz.
Suspiros ecológicos apocalípticos.
As religiões de salvação coletiva e não individual, pregando a adoração de chefes em carne e osso, mas corroídas por uma secreta descrença que cedo ou tarde haverá de por em crise a fé do crente nas promessas de salvação.
Acumen – sagacidade

Aron: “a força e a contribuição cultural das coletividades nunca foram proporcional ao seu tamanho”.

The best men are but men at best – General Lambert

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Elementos para um conto machadiano: tinha todo o talento de um pagador de promessas. Começou escalando o Monte Everest, depois o norte canadense e conviveu com os esquimós; mais tarde, incursionou pelo Polo Sul, até que empobreceu e por fim resolveu sair pelo sertão carregando a própria cruz. Sua devoção ao sacrifício ficara oculta em suas expedições pretensamente heroicas, pois se tratava de sentimentos essencialmente sadomasoquistas.

Anake – Antiga deusa grega primordial da inevitabilidade, mãe de Moiros e personificação do destino, pois era casada com Moros.
É representada por uma serpente, simbolizando com Cronos o início do Cosmos, na cosmogonia órfica. Também era representada por uma figura portando uma tocha, ou um fuso, com a representação da Moira (destino).
O equivalente na mitologia romana era Necessitas. Portanto, na literatura clássica era tanto fatalidade como destino.

Felix culpa – Santo Agostinho refere-se a Queda do Homem, a fonte do pecado original. Significa “bendita culpa”, pois leva alguém à redenção, ao caminho da fé.

No livro do Pedro Calmon, pg 167. Gregorio de Matos usa o mesmo maneirismo de Juana Inés.

Anagnórisis – (reconhecimento) – recurso narrativo que consiste no descobrimento por parte do personagem de dados essenciais de sua identidade na trama, forçando sua mudança de atitude.

Chuchandeira – 1) manifestação cultural artística, etc, sem interesse; 2) coisa mal feita; 3) escarnecimento que leva ao constrangimento, ao ridículo; caçoada.
Estroina – cafajeste, irresponsável, desajuizado.
Pasguate – pacóvio – idiota – palerma.

Gregório de Matos:
“Quando ele se viu sozinho,
da cova na escuridão,
surrupiou de mansinho
os dourados do caixão”.
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“Gaita de foles não quis tanger / olha o diabo o que foi fazer”. [Sutil como uma serpente]

Expressões comunistas recorrentes: “farol da revolução”. “Eles seguem a cartilha do neoliberalismo”. “São títeres do imperialismo”. “governo subserviente”, “prisão infecta”.

Nunquam prandium liberum (não existe almoço grátis)
O intelectual na mesa do bar: 1) fala sobre as aves migratórias e o horror à noite; 2) fala de Crato, no conto de Marcel Schwob; 3) A sugestão do Cefalópode presidencial de mediar o conflito israelense- palestino.


Domingos Pellegrini Jr – As Sete Pragas – Ed. Civilização Brasileira – 1979

Negócios de Família
Excelente livro de contos da paranaense D.P. Jr. Sua abordagem é o território do mundo dos marginalizados, ou da conquista do Oeste paranaense, numa narrativa com ecos de Cem Anos de Solidão. Um conto exemplar, chamado “Negócios de Família”, descreve a busca do cadáver do patriarca da família morto em acidente de carro no MS. O percurso de 1200 km, os percalços da estrada e acidentes econômicos são descritos como uma crítica à cultura inescrupulosa de tirar proveito do sofrimento alheio, seja pela falta de gasolina, seja por um pneu estourado, seja por um almoço de beira de estrada. Com uma linguagem simples e sem qualquer refinamento verbal, D.P. Jr descreve a realidade social por trás do ato de retirar um morto de um necrotério de uma cidade minúscula do interior do MS.

Primeiro, o achaque da funerária, depois do legista, depois da pensão, do restaurante, enfim, uma sucessão de cartéis do pequeno mundo da exploração da tragédia alheia, compondo um retrato do nosso capitalismo caipira, onde a noção do lucro está associada a inescrupulosidade dos atores.

Antonio Chimango – Amaro Juvenal (pseudônimo de Ramiro Barcelos)

Romance a clé

Sossego era o nome do sítio de Policarpo Quaresma de Lima Barreto – onde se exerciam os experimentos agrícolas que deveriam mudar a realidade dos cultivos em nosso país, segundo P. Quaresma, recém-saído do hospício.


Wilson Martins — História da Inteligência Brasileira Volume VI

Monteiro Lobato em correspondência com Lima Barreto (editada por Edgar Cavalheiro) disse a propósito do seu insucesso no ingresso na ABL: “enfim, são brancos, digo imortais, lá se entendem”.

Sobre o debate emocional brasileiro a respeito do petróleo e, em particular, sobre os livros mencionados (Petróleo para o Brasil – Gal Juarez Távora – Sangue e Petróleo, de Francisco Frota – Que sabe você sobre Petróleo – Gondin da Fonseca) cf. Wilson Martins – O Petróleo é Nosso, OESP, 1,8,15,22 e 29 de set de 1955.

Nacos:
Ler CONTOS DO IMIGRANTE de Samuel Rawet.
O preconceito e sua força desagregadora na vida social → Maria Olga Mattos.
Martins de Almeida – Brasil Errado
Osvald de Andrade – Sobre a Academia. pg. 134
Sodalício – Sociedade de pessoas que vivem juntas.
Burocratismo – um naufrágio a prestações.

Pg. 380 – Citação de Tempo e Contratempo de Vão Gogo: “se considerarmos o humorismo, como devemos, uma das artes menores”.
[Esta citação é de Wilson Martins, talvez no último volume da História da Inteligência Brasileira. Estranho que eu não tenha lançado no caderno de anotações. A citação reflete uma das incapacidades de WM em entender a grande literatura desde Cervantes. O humorismo é UMA DAS artes maiores da literatura, e sem entender isso, não se pode entender o gênero humano. ]

Viagem ao Brasil – Louis Agassiz
Viagem pelo Brasil – Von Spix e Von Martius
Pe. Sales Brasil – A literatura infantil de Monteiro Lobato ou comunismo para crianças. P. 410. Eflúvios da direita naftalina

Pg. 130 – Sobre a inadequação do negro ao industrialismo paulista.

Pg 131 – Wilson Martins Confunde o Vale do Rio dos Sinos com o Vale do Itajaí em Um Rio Imita o Reno de Viana Moog.

Nacos:
Peralvilho – janota, ocioso
oligarquia da alta borracha
pruriente – que deseja secretamente, que causa desejo
embarafustar.
ARIMÂNICA – força que busca nos transformar em um cadáver ressecado. Tendem a involuir o ser humano, fossilizando-o, segundo Steiner.
Destabocado – insolente, atrevido.
Gregório de Matos –> Frei Foderibus e Frei Sovela.
Acerbo – azedo, atroz, cruel.
Atrabiliário – irascível, colérico.
Crápula, calhorda,
pústula, safardana
Tantálico (a) – o que provoca desejos proibidos
Sacripanta – desprezível, indigno

Pg 134 – Sobre a ABLetras – Osvald de Andrade.
Faz um desnecessário arrazoado sobre a Sudene (pgs415-416) a propósito de algumas publicações sobre o nordeste. Parece coisa de mau romancista.


PG. 14: Fala que os jovens modernistas, em vez de baterem na porta de Lobato, foram bater na de Graça Aranha, que nada tinha a ver com o assunto. Pois Urupês se já lhe credenciava para assumir o comando, no entanto, ficou escanteado, “criando o abismo fatal que jamais se pode transpor, malgrado o fato de M Lobato ter sido, no campo de ação e das ideias sociais, econômicas e políticas, o praticante mais sistemático e característico do programa modernista”.

Excelente observação para quem leu toda a obra adulta de Lobato. Engraçado é que não ouvi de mais ninguém esta conclusão interessantíssima.

Jeca Tatu – a atonia do caboclo, submerso na indiferença, no fatalismo e nas superstições.

Pg 19 – A contra-prova irônica dessas verdades está em que os presidentes republicanos passaram a exercer os mesmos poderes pessoais que censuravam no Imperador (His Majesty the President) é o título do conhecido livro de Ernest Hambloch.

Pg. 24 – Excelente texto criticando o aparecimento do automóvel. Wilson Martins afirma que Gilka Machado se antecedeu em ½ século o movimento de libertação feminino com seu poema Cio de 1915.

Pg. 33 Andrade Murici – Literatura Nacionalista pg 21 e segts. Em W.M. Pg 36. O espírito de nacionalidade tende a se acentuar.... “espírito de raça” chamamos ao conjunto de sensações e pensamentos basilares e instintivos que se perpetuam por meio de fenômenos ontogênicos de atavismo; “espírito nacional” ao conjunto dessas mesmas percepções e instintos substanciais transmitidos por hereditariedade e pela convivência forçada num determinado habitat físico e num mesmo ambiente moral.

“embelecos postiços”
Ó pátria, latejo em ti – Bilac
“A academia, não sei se de letras ou de tretas …. alojamento de pedantes e nulos” → Faria Brito

Pg 46 → sobre a degeneração da língua portuguesa → lusofobia

Hermes da Fonseca vence Rui Barbosa.

Para José Veríssimo a arte literária é a história da atividade literária que sobrevive na memória coletiva da nação.

Pg 51 – Obras e não livros. Um livro pode constituir uma obra, vinte podem não fazê-la. São obras e não livros, escritores e não meros autores que fazem e ilustram uma literatura. Peça de teatro Flores de Sombra de Claudio de Souza → peça em que a vida tranquila de uma fazenda é contrastada pela agitação dos francesismos perturbadores de um jovem viajado para quem Paris é tudo e o mundo é nada.

Procurar os livros de ADELINO MAGALHÃES pg 63, Casos e Impressões, Visões, Cenas e Perfis – Tumulto da Vida.

Wilson Martins dá razão à crítica de Lobato (pg 68) à Anita Malfatti, citando o livro de Araci Amaral chamado Tarsila.

Afonso Arinos escreve contra a dissolução que campeia no país na Revista do Brasil. Importante depoimento para comparar com o petismo. pg. 69

Pesquisar: A Unidade da Pátria – Afonso Arinos.

Para entender Olavo de Carvalho vale a leitura da gênese do pensamento católico nas páginas iniciais do capítulo “A Era Modernista” em que distingue como o conservadorismo católico via no liberalismo seu maior inimigo.

Outro ponto citado é o antilusitanismo, a constatação e análise de Álvaro Bomílcar sobre a presença portuguesa e seu atraso social e econômico nas pags 76-77. A Imigração Como Salvação do Brasil.

Tobias Monteiro – Funcionários e Bacharéis – Em doze anos [início do século XX], a Escola agrícola de Piracicaba produziu 178 agrônomos e a Faculdade de Direito (SF) 2000 bacharéis. Para Tobias Monteiro, suas críticas são: “o excesso e ineficiência de funcionários, formalismo burocrático desnecessário e ridículo, lentidão dos serviços, desperdício dos dinheiros públicos”. pg. 82

Procurar: Faguet: Culto da Incompetência e o Horror das Responsabilidades.

Antonio Torres [citado, como os outros, por WMartins] – Gabinete de Profilaxia e Extinção de Poetas (pg. 113): “destinado à catrafila [levar preso] a todo o indivíduo que, tendo mais de 25 anos de idade, tivesse o desaforo de fazer um soneto amoroso”.

Lima Barreto chegou a fundar (no papel) a Liga Brasileira contra o Futebol, com o apoio de diversos intelectuais.

O Triunfo de Ranulfo Prata

Hilário Tácito – Madame Pommery, sobre a prostituição de luxo paulistana.

Martim Francisco – Rindo – Sátira política

A Oligarquia Paulista – Ivan Subiroff [Nestor Rangel Pestana]. As bandalheiras e negociatas dos políticos de S.P.

Pg. 170 – W.M. Classifica o conto “O colocador de pronomes” de Lobato como “sátira polêmica”. Opinião duvidosa. Fala que o Jeca Tatu havia criado uma polêmica tal que lhe valeu críticas com a de um tal M. G. intitulada “De Pé, Geca (sic) Tatu! (Em defesa). “Criticar, humilhar quem não pode se defender é covardia!!” Trata-se de um petista avant-la-lettre, pois transparece o coitadismo sentimental do mito do bom selvagem, isto é, do bom Jeca.

Pg 222 – Aforismo compensatório para escritor de público reduzido. “Feliz o autor que encontra três leitores sábios – os bons livros são aqueles em que se nos depara um pouco para todos, ao passo que o livro forte é o que cada um se encontra a si mesmo. Espiritualmente, cinco mil leitores para nós outros nada valem. É grave prejuízo para o escritor que cerca de cinco mil medíocres se encontrem nele”.

Esta formulação está mal elaborada, e demonstra um certo ressentimento com a falta de sucesso. Não se pode julgar a mediocridade do leitor baseado no sucesso de um livro de pouca importância literária. O foco é a literatura do autor e não a figura do leitor. A literatura cor de rosa sempre existiu para o grande público e não se pode tomar o público pelo autor.

“A verdade é uma luz que está nas nossas costas e ilumina a nossa frente”.

Mais sobre o catolicismo conservador, a crítica de Lima Barreto ao livro Penso e Creio, de Perilo Gomes, pg 227.

misoneísta - toleimas
Mulher Nua – de Gilka Machado (já consegui em PDF)

Procurar: Deserdados de Carlos de Vasconcelos. Imita o estilo de Euclides da Cunha no que se refere à frase ultra-elaborada e ao vocabulário raro: trata-se de uma novela sobre os seringalistas da Amazônia. [Já li e aprovei].

No começo do século pé de cabra era o vocábulo utilizado para designar eleições fraudulentas.

Oliveira Viana tirou a história dos palácios do governo e devolveu-a à comunidade do povo da rua – e compreendeu que não são os fatos que fazem a história, mas aquilo que os fatos significam, ou que os fazemos significar. Pg. 255. Comentários sobre O. V. Pgs 256-257.

Pg. 266 – Sobre a Semana de Arte Moderna de 22. “Todos percebiam que a Primeira República estava se desfazendo rapidamente, mas os políticos pareciam imobilizados na estranha paralisia e alienação.”

Artur Bernardes e a Siderurgia da Itabira Iron – pg 269 “...alegando que nossas riquezas minerais deveriam ser entregues intactas às gerações futuras". Sempre o subdesenvolvimento do presente sendo justificado para o Brasil do Futuro.

Pg 305 – Criação da Legislação Trabalhista para Ferroviários e eletricitários em 1923.

Procurar Contos de Gabriel Marques – A Canalha.

Pg 333 – Pontes de Miranda e sua noção de desigualdades arbitrárias. (Pesquisar)

Bastos Tigre – A ceia dos Coronéis.

“Enquanto nossos homens de letras forem apenas literatos, não poderemos contar com uma literatura realmente representativa da civilização brasileira” - Ronald de Carvalho, Estudos Brasileiros (já tenho PDF), p. 103 – 3a série. Revelou claridades novas … sobre Osvald de Andrade: “mais inclinado as improvisações fulgurantes que ao planejamento amadurecido e cuidadoso. As Razões da Inconfidência de Antonio Torres – Sobre o antilusitanismo.

Sobre a crise de 24: “Como as instituições republicanas parecessem gastas e corruptas, a república procurava solver-se e recuperar-se pelo remédio heroico das revoluções. No plano intelectual, as gerações modernistas começavam a perceber que o destino inevitável de toda a mística é transformar-se em política, isto é, que as revoluções (as intelectuais como as políticas) só vencem mesmo quando começam a descaracterizar-se, seja pelas composições dialéticas com o passado, seja pela radicalização dos seus processos (condenada por sua vez ao mesmo destino). Os grupos reacionários ou conservadores, por sua vez, não tardam em ver-se encurralados em posição simetricamente invertida: para eles, trata-se de absorver em parte a renovação, transformá-la na nova ideologia a ser conservada (contra a qual, bem entendido, as novas revoluções imediatamente se configuram). Pg 361.

Em 24 de dezembro de 1925 entra em vigor a lei que estabelece as férias de 15 dias, sem prejuízo de salários, aos empregados comerciais, bancários e jornalistas.

Pg 364. Jackson de Figueiredo foi quem deu sentido a palavra reacionário que passou a ser aceita pelo pensamento católico para definir-lhe a posição: os inimigos a abater era a “democracia liberal” e a “corrupção burguesa”, plataforma em que se irmanavam católicos e comunistas, anarquistas e tenentes. Hamilton Nogueira chega a afirmar que os liberais eram as desgraças do Brasil.

Maciço, massudo e maçante.

Pg 374 – Para Plinio Salgado, as raízes profundas da nacionalidade estavam simbolizadas na figura do Curupira e da Anta.
“Mais que um símbolo nacional, símbolo humano que supera a D. Quixote e a todas as outras criações – o “Curupira” há de descer um dia do sertão, lá onde está a voz que chama, acompanhado de milhões de pirilampos, escoltado pelas hordas dos caititus e das capivaras, montando a anta, seu cavalo e totem da raça tupi, para a invasão das cidades e a grande revolução do pensamento nacional (sic) de que somos pobres batedores, destinados ao sacrifício. Só então, será proclamada a nossa independência mental, já claramente esboçada, e teremos uma arte humana e universal, possuindo uma política brasileira, com raízes profundas na terra americana e na alma da Pátria”. Conferência A Anta e o Curupira. Segundo o Pe Aires de Casal: “A anta, a qual as nações indígenas chama por tapira, é o mais corpulento dos quadrúpedes brasílicos; e não entra na classe de espécie alguma das conhecidas, fazendo um gênero à parte na história dos animais (coreografia brasílica, I, pg. 61).

Procurar Menotti del Picchia (já achei) e Cassiano Ricardo (Biblioteca Midlin)

Chateaubriand sobre Artur Bernardes. “Afligido por alarmante insuficiência intelectual, sufocou todo o potencial cívico da nação, com imposturas que revelam a sua incapacidade para dirigir um Estado moderno, policiado pela crítica e o debate das questões de ordem geral”.

Pg. 382.
Chateaubriand defendia em 1926 a composição do parlamento por representantes de associações profissionais porque o sufrágio universal não assegurava a representação dos interesses econômicos da nação. 8 anos depois Getúlio haveria de melar a Constituinte exatamente com essas ideias.

Sobre a tragédia mental chamada Artur Bernardes, ver pgs. 384-385

Diga-se de passagem que Chateaubriand era advogado dos interesses da Itabira Iron.

Porviroscópio (Lobato em O Presidente Negro).

Em fins de 1919 votara-se a lei de acidentes de trabalho.

A filosofia de Farias Brito
Pg. 442-443 – Sobre a legislação trabalhista antes de Getúlio.

Jantando um Defunto de João de Minas (Ariosto Palombo) é inspirada em episódios da Coluna Prestes, em que revela violências físicas pessoalmente cometidas por Prestes e Siqueira Campos. [Acabo de ler 2 contos de Palombo e não me agradaram].

Olbiano Melo escreveu um livro em 1929, contendo o esboço de um Estado Sindical Corporativo a que daria o nome de República Sindical dos Estados Unidos do Brasil. Pg 454.

O regime que criou os régulos e caciques estaduais.

Sobre a vacina e o “terrorismo sanitário”, pg 457.

Régulo – rei de país pequeno; chefe desprovido de importância, porém tirânico.

Procurar Martim Francisco, Falando e Viajando “a padralhada e o carolismo”.

Jackson de Figueiredo, com suas doutrinas de Charles Maurras e Maurice Barrès – sobre a tradição e a ordem, eram nomes do movimento antiliberal que se alargava na Europa.

Pg 488-9 : coube a Azevedo Amaral a condenação da democracia liberal como a causa da desordem congênita no Brasil, propondo um estado forte que a substituísse, distinguindo, pela primeira vez entre regime AUTORITÁRIO e regime TOTALITÁRIO, sempre segundo as ideias de Oliveira Viana. A diferença é que no totalitário, a organização é opressora e policial, enquanto no autoritário, a ênfase se dá na planificação econômica. “O que mais se censurava no estado liberal era a sua impotência para resolver os graves problemas da sociedade moderna, era a sua ineficiência como estado”.

Em 1931, Plínio Salgado lança O Esperado, considerado um livro comunista, enquanto Jorge Amado lança O País do Carnaval, considerado anticomunista; dá uma ideia da desorientação ideológica do momento e da ansiedade com que o país esperava o messias.

Lauro Palhano é o pseudônimo de Juvêncio Campos que escreveu O Gororoba Marupiara e Paracoera, pitoresco, folclórico e didático. J.C era engenheiro mecânico que trabalhou na Madeira-Mamoré.

André Gide: “o talento faz o que quer, mas o gênio faz o que pode”.

gelasto =
Capistrano de Abreu via no melancólico jaburu o símbolo do povo brasileiro.

Sobre a revolução constitucionalista ele recomendava “A Aventura de Outubro e a Invasão de S.Paulo”, de Renato Jardim.

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Este Antonio Olinto é um louco apressado. Em um só parágrafo conta o despertar do desejo sexual de Mariana (ela havia perdido o marido anos atrás) a atenção depositada em um vizinho, uma viagem a Lagos, a situação em que se encontrava sua casa, a situação da guerra, e as providências de um professor francês para o filho. 3 parágrafos depois, a filha tinha 12 anos. [Livro A Casa da Água]

Rui Barbosa foi acometido de uma doença chamada “incômodo cerebral”.


Wilson Martins – História da Inteligência Brasileira, vol VII – Cultrix – 1979 – 1ª edição.

Wilson Martins (1921-2010) foi magistrado, professor, escritor, jornalista, historiador, crítico literário brasileiro e autor da monumental obra ‘História da Inteligência Brasileira’. Celebrizou-se com sua coletânea de estudos sobre o Brasil. Neste volume, cobre o período de 1933 a 1960, abordando com extraordinária lucidez o nascimento da grande crise dos anos 30, que com a quebra da bolsa de NY iria desencadear o aparecimento de vozes anunciadoras do fim do liberalismo político, de um lado, e do fim do capitalismo de outro. O fenômeno do integralismo, para o qual convergiram grandes pensadores e que chegou a ser a esperança de um novo modelo para o Brasil por pouco mais de uma década, teve uma rápida obsolescência, o mesmo não acontecendo com o marxismo, que perdura atrofiado como sempre foi até os dias atuais confundido com o estatismo, a grande força nuclear da brasilidade desde seu descobrimento.

Não é possível deixar de admirar o rigoroso e sensível trabalho de Wilson Martins com sua História da Inteligência Brasileira. Utilizando o método cronológico associado à pesquisa editorial, ele descreve catalograficamente os principais lançamentos editoriais de um ano como pano de fundo de seus comentários, contribuindo assim para entendermos o pensamento nacional próprio e aquele reverberado das instâncias internacionais.

Não se trata de um trabalho meramente histórico, nem tampouco de crítica literária e cultural, porém de um apanhado conjunto que vai da sociologia à história, e desta à literatura e à poesia e artes. Em cada análise anual, ao mencionar seu fichário das principais obras nacionais do período, nos legou na parte final do livro um apêndice com cerca de 200 páginas, um trabalho monumental e sem igual em qualquer outra publicação que já vi.

Apesar de sua perspicácia no tratamento das contradições infindáveis da nossa sociedade e da acuidade com que abordava os temas da época, Wilson Martins não se arrisca a ser um intérprete com opinião pessoal, como costuma ser um analista social: ele se contém no papel do ‘schoolar’ que cria a rede de conectividades com o próprio material de estudo. Talvez por isso sua obra tenha alguns poucos pontos fracos, como por exemplo, não cita o livro de Afrânio do Amaral, ‘Serpentes em Crise’, de 1939. Afrânio foi um cientista chefe de um instituto norte-americano, que abandona sua carreira nos EUA a pedido de autoridades brasileiras para chefiar o Instituto Butantã de São Paulo. Cientista renomado, Afrânio conta em seu livro os desatinos para implantar uma estrutura estatal séria em um país arcaico e corrupto. Suas peripécias para limpar o Butantã da corrupção política das nomeações, e sua defecção em consequência do golpe de 1937 em um processo que saiu vitorioso na justiça mas demitido na política, representam um paradigma para a crítica do modelo político brasileiro ainda não percebido por nossa intelectualidade. Trata-se de um livro que deveria ser utilizado como ‘case’ nos cursos de pós-graduação em Direito, se nossas escolas não estivessem moribundas pela tragédia da frivolidade intelectual.

Além deste livro exemplar para o entendimento do Estado Novo, outro ponto fraco é que Wilson Martins também demonstra que não entendeu a importância da obra de Monteiro Lobato como crítica social. Ele foi capaz de uma preciosa análise do caráter de Lobato, de suas vicissitudes e incoerências, de sua personalidade ímpar, mas não percebendo a questão do poder fora de sua redoma acadêmica, terminou, talvez pela pressa, perdendo a noção do valor da crítica social de Lobato, espalhada em numerosos artigos, epigramas, cartas e contos. Isso não diminui o valor do seu trabalho, dada a quantidade de informações que nos transmite ao longo de 442 páginas. Mas foi suficientemente acurado ao perceber o fenômeno perverso do nacionalismo ao se referir a ele da seguinte maneira: (p. 418)

O nacionalismo e, em particular, o nacionalismo primário, sentimental e intolerante (intolerante porque sentimental e primário; sentimental porque primário e primário porque sentimental) transformou-se, já agora, numa espécie de grave neurose brasileira; mais ou menos latente em toda a nossa história, ele aparece por irrupções bruscas, como as epidemias, e causa tantos males quanto elas. O Brasil sofre da mania de perseguição colonialista - é ela a responsável pelo nosso alheamento da realidade. Resultante de velho complexo de inferioridade - compensado e sublimado delirantemente pela criação de estereótipos os mais inconsistentes - ela alcança, neste momento da vida nacional, formas verdadeiramente patológicas, erigida que está em política, em programa da vida coletiva. É que uma grande parte do povo brasileiro deseja doentiamente preservar alguns valores vazios de conteúdo, agarra-se, justamente, por paradoxo, à constelação mental que caracterizava a sociedade luso-brasileira e deseja imobilizar o Brasil no instantâneo de um dos seus momentos históricos. Esse "velho País colonial", para conservar a terminologia de Jacques Lambert, opõe-se, com a força indestrutível da inércia, servida pela agressividade emocional, ao "País novo" e progressista, que compreendeu a permanência do Brasil sob as suas diversas fisionomias sucessivas e que responde às solicitações do momento em que vive. Se, até agora, entretanto, o "velho País colonial" representava a maioria absoluta, do ponto de vista demográfico, estamos chegando a um ponto em que as duas forças antagônicas tendem a equivaler-se e a partir do qual as correntes do progresso, da identificação com o seu tempo e com a "essência" brasileira começarão a prevalecer. A onda nacionalista que atualmente nos submerge bem pode ser a febre desse minuto culminante do conflito: explorada e mantida por interesses políticos que, precisamente, e por escárnio, nada têm de nacionais, nem de brasileiros, sua permanência e duração, seu alcance efetivo e a influência real que puder exercer decidirão, por muitos anos, do nosso destino coletivo. (1959)

Wilson Martins refere-se ao livro ‘Os Dois Brasis’ de Jacques Lambert, um professor francês que lecionou muitos anos no Brasil e nos deixou esta obra muito estimada nos círculos acadêmicos. Para Lambert, o Brasil arcaico é o país do analfabetismo, da pobreza endêmica, dos excluídos e da improvisação que coexiste com uma sociedade que se moderniza e que já forma profissionais em todas as áreas de especialidades.

A visão de Lambert, à qual Martins se associa, já não serve para os dias atuais, porque ao nos depararmos com o panorama nacional do início do século XXI, o Brasil arcaico não mais se distingue por diferenças de renda ou classe social, de educação ou acesso a bens de consumo. Nosso arcaísmo não está mais unicamente no retirante, na economia da enxada, tampouco na favela e no interior, mas na Universidade, ou em parte dela, no conjunto de ideias refratárias ao desenvolvimento econômico por não se render à realidade asiática que há 20 anos nos manda a mesma mensagem: a solução para os problemas sociais está dentro do capitalismo, e neste na economia do conhecimento ou high-tec, e não no Estado. Como somos uma sociedade coagulada em um semicapitalismo em que a oligarquia estatal dá o tom da vida nacional, tal como no Império, continuamos assoberbados por crises que seguem a um período de esgotamento de capitais por perda de oportunidades de desenvolvimento.

Perdemos essa oportunidade com a superação da crise de 29, que inicia em 1934, e com a possibilidade de nos enriquecermos com a demanda violenta absorvida pelos países em conflito na segunda grande guerra. Incapazes academicamente de avaliar o que poderíamos conseguir caso o Brasil tivesse enveredado por outros rumos – como, por exemplo, com o governo de Julio Prestes em 1930 e sua sucessão democrática, com os candidatos naturais como Armando Sales de Oliveira ou José Américo, senão outros pretendentes até 1945, ficamos na aceitação medíocre de resultados pífios, mas suficientes para entronizar as piores lideranças que o país já teve como fundadoras de nossa modernidade, como é o caso de Vargas. As pessoas que endeusam Vargas não são capazes de imaginar o que ele deixou de fazer, ou o que teriam feito seus substitutos, não fosse o levante de 30.

Da mesma forma, fosse José Serra eleito para dois mandatos sucessivos desde 2002 poderíamos especular a situação da infraestrutura nacional em 2010, e como poderíamos estar preparados para enfrentar os tempos atuais com os ganhos de produtividade e de políticas públicas honestas e coerentes, a mesma danação que a Copa de 2014 vai nos levar a repetir a construção de Brasília dos anos 50: grandes investimentos sem retorno econômico. E rapados os cofres públicos, resta a carência e com ela a agitação social e a decadência.

O cálculo não é muito complicado: basta avaliar as obras paradas, o dinheiro público roubado e a extensão possível dessas obras prontas comparadas com a “herança maldita” deixada pelo governante petista, e temos um intervalo a defasagem entre o que poderíamos ter sido e o que deixamos de ser. Extrapolando para um período grande, como um século, temos uma diferença no PIB que indica o que foi desperdiçado com o sistema político, cerca de 4 trilhões de dólares, como tenho apontado em outros artigos.

Nossa tendência ao atraso tem sido reiteradamente advertida a cada década por um escritor importante, a começar por Lobato nos anos 20. O fato de o brasileiro ser refratário à leitura, foi observado por Wilson Martins ao avaliar o pobre resultado das edições brasileiras justamente em um ano que o Brasil ainda vivia a euforia do pós-guerra e se preparava para mais uma eleição presidencial. (p. 283)

[....] Um país de quarenta milhões de habitantes que termina o ano [de 1949] apresentando três livros de interesse, um ensaio e dois romances, não justifica, evidentemente, grandes entusiasmos. Ao denunciar ainda uma vez essa crise espantosa – crise de inteligência, para dizer com nitidez o meu pensamento – tenho o intuito de alertar os homens de responsabilidade para esse problema que não é exclusivamente literário, que é geral, e do qual depende o destino da nacionalidade [...] Quer o queiramos ou não, somos nós os responsáveis pelo futuro do país. Amanhã, nossos filhos e netos serão a inapelável resposta do que tivermos feito ou deixado de fazer. Quando todos esses nomes de "grandes" e "pequenos" da política estiverem esquecidos, existirá, já não digo uma nacionalidade, mas um povo, cuja expressão interior e internacional será a que lhe tivermos dado nos dias que correm (...) Somos um povo que não lê – e de posse dos documentos indesmentíveis dessa afirmação, desejaríamos que todos meditassem sobre o que isso significa. Um povo que não lê é um povo que existe, mas não vive: é povo que poderia desaparecer amanhã da face da terra sem que nada de essencial se perdesse. Um povo que não lê é um povo que não conta internacionalmente: nossos escritores podem ser ignorados sem prejuízo por um homem culto de qualquer nação, nossos estadistas não têm autoridade internacional, nosso país não comparece ao lado dos outros senão como região colonial destinada a fornecer matérias-primas. Um povo que não lê é um povo que não pode governar-se a si mesmo: eis como a democracia chega a depender do hábito de leitura. A nossa democracia é formal, não é orgânica: os candidatos "do povo” ainda saem dos bolsos caprichosos dos "grandes" e dos "pequenos". Ela é formal e não é orgânica precisamente porque esse povo que não lê pode ser dirigido por estadistas que também não leem – ou que não leram, quando ainda era tempo. A maior parte deles não saberia escrever os próprios discursos e a prova consiste nos seus risíveis improvisos ou nas suas declarações desprevenidas. [...]

Sem dúvida que a leitura não é tudo. Coisas mais urgentes existem para ser feitas – nenhuma, porém, de mais fundas consequências. Nem só do salário vive o trabalhador, mas do exercício das faculdades de raciocínio e de crítica que o caracterizam realmente como homem. É essa transformação do indivíduo em pessoa o que se obtém por meio da leitura, e os estadistas que o ignoram ou que pretendem esquecê-Io estão justamente fornecendo o contingente mais precioso para os regimes totalitários, que só podem existir onde os indivíduos ainda não alcançaram a dignidade de pessoas. A medida que aumentamos os salários e esquecemos a instrução embrutecemos progressivamente o homem, provocando-lhe a hipertrofia das funções vegetativas e a atrofia das funções intelectuais. Não se trata de transformar todos os homens em sábios, nem mesmo em poetas, mas de fornecer a cada um os conhecimentos de base que o capacitem a saber como e em quem votar, por exemplo, a conhecer os seus direitos cívicos e morais, a ter uma consciência exata dos seus deveres como membro da comunidade. Não são, pois, resultados de ordem especulativa o que temos em vista, mas resultados de ordem prática. Nenhum problema se apresenta, dessa forma, com maior importância vital: os grandes países que julgamos exclusivamente comerciais ou industriais são os países onde mais se lê. Onde todos leem e não apenas uma pequena minoria de mandarins que ficam sem saber o que fazer afinal com os conhecimentos que possuem. Se me perguntassem, pois, terminado o ano, qual o problema político mais importante do Brasil, eu diria que é o da leitura. Todos os outros dependem desse e a democracia na realidade não existirá enquanto o povo for governado, como acontece atualmente, em lugar de se governar. Ora, hoje o povo brasileiro está nitidamente dividido em dois grupos: o dos indiferentes, que votarão em qualquer um, indicado pelos donos do país, e o dos místicos, que esperam a palavra de ordem de um banzo em que ainda acreditam. Nenhuma negação mais flagrante do regime democrático do que esses grupos rebanhos, amorfos e sem expressão, sem vontade e sem consciência, nem dos seus direitos nem dos seus deveres. As legiões de decência e as censuras literárias não serão senão ridículas enquanto o próprio indivíduo não estiver convencido de que o homem não é apenas um animal. Elas não atingem senão as consequências, quando são as causas que devemos combater. Não é o banhista sem camisa ou a historieta do gibi que permite a existência de banhistas sem camisa e das histórias em quadrinhos. Suprimir estes últimos pela violência, atribuindo-lhes uma existência gratuita que estão longe de possuir, não adiantará um passo na solução do problema fundamental.

Eis-nos, agora, segundo parece, longe da literatura. Nunca estivemos, ao contrário, tão perto dela. Pois a crise literária é uma das alarmantes consequências desse estado de espírito em que nos afundamos cada vez mais. Ela nos dá um índice seguro da situação em que nos encontramos. Começamos por nos desinteressar dos livros e terminamos por nos desinteressar do destino nacional. Começa-se por achar inúteis os poetas e termina-se por achar o voto inútil. Deixamos de acreditar nos romances para depois deixar de acreditar nos homens. Julgamos a cultura um luxo para melhor justificar a nossa ignorância e o pouco esforço que ela nos custa. Tudo isso se entrosa, como vemos, e começando com um povo que não lê, terminaremos por um aglomerado de homens sem consciência e sem dignidade. Eis o balanço pessimista do ano literário: que ele nos abra, enfim, os olhos, se ainda pretendermos salvar um país que mereceria um destino melhor.

Em 1950, Getúlio se elege e volta ao poder... O que se pode dizer?

Evidentemente, que o forte de Wilson Martins é sua crítica literária. Ele aborda todas as personalidades literárias do período, ou pelo menos aquelas que na cultura brasileira são conhecidas como celebridades. Ele não omite as críticas que se faziam ao oportunismo dos escritores que tinham aderido ao realismo socialista, e que veneravam a figura humana mais despótica do século XX: Stalin. Sobre Jorge Amado, suas observações não deixam de causar surpresa. (p. 352-354)

À espera da recuperação sensacional que seriam Gabriela (1958) e Velhos Marinheiros (1960), Jorge Amado era, àquela altura, um mero sobrevivente de si mesmo e da escola literária que paradigmaticamente representara. Superestimado na década de 30, parecia chegado o momento de reduzi-lo às suas proporções reais, não tanto por ele mesmo quanto por causa dos pupilos temporões que começavam a germinar. Porque, enfim, Jorge Amado era sempre Jorge Amado, isto é, tinha o mérito intransferível de haver sido o criador dessa corrente literária e o seu vulto mais importante (...). Imaginemos, agora, o que poderão ser os seus discípulos ideológicos e estilísticos, sem o sabor da novidade, fanados como flores da última semana, simples repetidores dos seus "efeitos", da sua técnica, das suas ideias; romancistas que demonstram a mais absoluta indiferença pelo caminho percorrido literariamente desde 1930; políticos que permaneceram nos domínios da interpretação lírica da realidade, o que desde logo comprova que lhes são estranhos, que não sentem genuinamente os problemas em que procuram inspiração.

Como o romancista de Cacau, Maria Alice Barroso, José Ortiz Monteiro e Ibiapaba Martins construíam romances maniqueístas, separando os personagens em dois grupos inconciliáveis, antagônicos e contrastantes:

De um lado, os bons, ou seja, os que se incluem na "chave" mística do "trabalhador", do "operário"; de outro lado, os maus, isto é, todos os outros, mas, em particular, o "proprietário" e a "polícia", as duas entidades arimânicas desse singular universo. / Os primeiros são honestos, generosos, desinteressados, amigos da instrução e do progresso, patriotas, bons pais de família, sóbrios, artesãos dedicados, técnicos conscienciosos, empregados eficientes (embora revoltados), imaginativos e incansáveis, focos de poderoso magnetismo pessoal, cheios de inata vocação de comando e, ao mesmo tempo, do espírito de disciplina mais irrepreensível, corajosos, sentimentais, poetas instintivos, sede de paixões violentas (oh! no bom sentido!), modelos de solidariedade grupal, argumentadores invencíveis, repletos, em suma, de uma nobreza que em torno deles resplandece como um halo. O "trabalhador" é o herói característico desses romances de cavalaria: sem medo e sem mácula, ele tem tantas relações com a realidade quanto o próprio Amadis de Gaula.

Já o "proprietário" é um ser asqueroso e nojento, chafurdado em' todos os vícios, grosseiro, bárbaro, corrupto, implacável na cobrança dos seus juros, lascivo na presença das viúvas jovens e perseguidor feroz das idosas, barrigudo, fumando enormes charutos, arrotando sem pudor, repleto de amantes e provavelmente de doenças inconfessáveis, membro da sociedade secreta chamada "capitalismo", onde, como todos sabem, é invulnerável à solidariedade existente entre os membros; indivíduo que favorece todos os deboches, inclusive dos seus próprios filhos; covarde, desonesto, egoísta, ignorante, vendido ao dólar americano, lúbrico, marido brutal e pai perverso, irritante e antipático, rotineiro, frio como uma enguia, incapaz de sinceridade, sem melhores argumentos que a força bruta, verdadeira encarnação contemporânea dos demônios chifrudos com que a Idade Média se assustava a si mesma.

A "polícia", enfim, é composta dos maiores sádicos da história. Todos os "tiras" são modelos em que o "divino Marquês" legendário muito teria que aprender; brutais e violentos, analfabetos e lombrosianos, vendidos ao "proprietário" que mensalmente lhes distribui todo um caderno de cheques, só costumam beber sangue de criança e não têm apetite senão depois de algumas horas de espetáculo na câmara de torturas. É fácil, de resto, reconhecê-los: seus olhares torvos, as manchas gordurosas do paletó, os sapatos cambaios e as unhas aquilinas, em dedos repletos de anéis (que também lhes foram dados de presente pelo "proprietário"), não permitem nenhuma hesitação. Passam o dia procurando "trabalhadores" para seviciar e costumam se meter no meio dos grevistas como agentes provocadores. Mas, como são imediatamente reconhecidos, não há nenhum perigo. Há, porém, uma espécie de "polícia" um pouco diferente: é o "delegado". Este é limpinho, perfumado e serviçal; atende aos mais ligeiros assovios do "proprietário" e dispõe imediatamente os seus homens (os primeiros) em linha de combate; também recebe cheques do "proprietário", mas semanalmente e em quantias maiores; mora, em geral, numa cidade do interior e comete as maiores torpezas a fim de conseguir a promoção para a capital; sente, às vezes, alguns sintomas de revolta social e uma ligeira veleidade de aderir ao "trabalhador", mas a sua mentalidade capitalista não lhe permite tão grande progresso; bom rapaz, no fundo, porque evita assistir às sessões de tortura levadas a efeito por sua ordem pelos "tiras" acima descritos.

Inútil dizer que, tanto o "proprietário" quanto a "polícia" estão ligados por misteriosos pactos com o "tabelião", encarregado de dar forma jurídica às espoliações por eles cometidas. Em geral, o "proprietário" deseja se apropriar das terras pertencentes a um "posseiro" (que é a forma terrestre mais frequentemente assumida pelos entes celestiais também conhecidos pelo nome de "trabalhadores" e de "camponeses"); para isso, começa a tornar-lhe a vida insuportável, o que o "posseiro" tolera com evangélica resignação. Diante disso, o "proprietário" chama a "polícia" e o "tabelião". A primeira, para intimidar o "posseiro"; o segundo, para lavrar imediatamente a escritura, se a intimidação não surtir efeito. Não se sabe bem que espécie de escritura pode outorgar um posseiro; mas não faz mal: um romance não é o tratado do Fraga. Se a intimidação malograr, o "tabelião", depois de admirar as pernas das moças e de tomar um café com bolo de polvilho, vai embora num jeep emprestado pela "polícia". Enquanto isso, o "delegado" toma as suas providências. Seu destacamento de seis soldados é disposto estrategicamente; mas a bravura dos "posseiros" os obriga a bater em retirada, deixando um "macaco" morto no campo da luta.

Nesse ponto, intervém o "governador", espécie de entidade suprema nesse mundo sodômico e gomorreano. O "governador" tem todos os defeitos do "proprietário" e da "polícia", reunidos numa só pessoa. Primeiro, ele se aborrece com as notícias desagradáveis que lhe chegam justamente na hora do café da manhã, depois de uma noite bem dormida junto aos cabelos perfumados da esposa (ou da amante, conforme o caso). Depois, apanha furiosamente o telefone e mobiliza a polícia militar. Os batalhões começam a embarcar precipitadamente para o local da desordem. Muitos soldados desejariam fazer causa comum com o "posseiro", mas têm medo das consequências; de resto, já estão corrompidos pela convivência com os seus oficiais. Depois de uma semana de cerco, os posseiros são derrotados mas não se entregam; todos foram mortos em plena batalha, no meio dos gestos mais sublimes de heroísmo. Um deles, entretanto, deve se salvar, para ser preso e continuar, primeiro na cadeia e mais tarde entre os gentios, a sua doutrinação. O "delegado" é promovido; o "proprietário" toma uma bebedeira de whiskey importado no câmbio negro; os filhos do "proprietário" vão para a farra; a mulher do "proprietário" também; o "governador" será candidato à presidência da República. Enquanto isso, a terra que produzia frutos maravilhosos nas mãos do "posseiro", torna-se estéril e abandonada, porque o "proprietário" não a deseja para cultivá-la, para tirar proveito dela, mas apenas para constituir um "latifúndio". O "latifúndio" é o fim supremo do "proprietário", da "polícia" e do "governo". Todos se esforçam para constituí-lo, para transformar o Brasil num imenso latifúndio. Nenhum deles pensa em plantar café ou algodão; nenhum quer criar gado; ninguém deseja produzir nada. Todos querem formar um "latifúndio", isto é, comprar ou roubar uma extensão infinita de terra, cercá-la de arame farpado e entregá-la às espinheiras e à tiririca. Não se sabe muito bem do que vivem os "proprietários", já que não plantam nem trabalham; mas não faz mal: um romance não é um tratado de economia política. Atingir o "latifúndio" é, para o "proprietário", a sua vitória maior; dir-se-ia uma criança que obtivesse afinal o seu trenzinho elétrico. Chega-se, então, à conclusão de que o "proprietário" só quer o "latifúndio" para impedir que o "posseiro" plante o seu pedaço de chão e medite, nas noites estreladas, a poesia do Sr. Jorge Amado. Ao lado desse romance do "camponês", interpretado com grande realismo social pela Sra. Maria Alice Barroso e pelo Sr. José Ortiz Monteiro, há o romance do "trabalhador". Neste, o posseiro é substituído pelo "grevista". A história e os personagens são exatamente os mesmos, só que se situam nas cidades e nas fábricas, em lugar de ser numa fazenda do interior. O Sr. José Ortiz Monteiro e o Sr. Ibiapaba Martins combinam, aliás, nos seus livros, as duas espécies: são obras que, como diz o Sr. Jorge Amado no prefácio do primeiro, vão "ajudar a luta dos camponeses brasileiros para libertarem-se da miserável situação em que vivem". Reconhece-se nessa frase o estilo do mestre. Com efeito, os "camponeses" do Sr. José Ortiz Monteiro, vencidos pelo "proprietário" buldogueano, transferem-se para a cidade e se aliam ao "trabalhador" das fábricas. Essa presença moral é de um efeito prodigioso e corresponde a uma espécie de sagração. A revolta estala imediatamente. Mulheres mais ou menos cornelianas (de Cornélia, não de Corneille) tomam parte na luta e incentivam os maridos. O capitalismo norte-americano é derrotado num piscar de olhos, apesar da "polícia" que, vendida como sempre, atira com metralhadoras e gases venenosos contra o "trabalhador". Aqui, a vitória é mais sensível, porque o "proprietário", acovardado no seu escritório, fechado atrás de uma tríplice cortina de aço, consente em aumentar os salários. Mas, é claro que se trata apenas de uma etapa e que a luta continua. A vitória final está próxima, o que permite ao "camponês" e ao "trabalhador" sentarem-se na soleira da porta, sob a noite estrelada, meditando mais uma vez na poesia do Sr. Jorge Amado.

Com esse tom crítico podemos entender como Wilson tinha uma percepção acurada do universo literário brasileiro. Entretanto, às vezes nos causa surpresa com alguma opinião aziaga, como ao se referir ao personagem Vão Gogo de Millôr Fernandes (p. 380): “se considerarmos o humorismo, como devemos, uma das artes menores”. Ora bolas, desde Rabelais, Sterne, Cervantes, o humorismo faz parte da alma literária. É novamente o espírito de ‘scholar’ a lhe atrapalhar. E talvez por isso ele tenha entendido Lima Barreto mais pelo lado caricatural do que pelo sardônico. Fora isso, ele não comete erros ao sair de seu ambiente natural, exceto na citação de ‘Um Rio Imita o Reno’ de Viana Moog em que confunde o Vale do Rio dos Sinos com o Vale do Itajaí.

Mas esses deslizes estão muito longe de diminuir a importância de sua obra. Ele envereda por todos os temas culturais, exceto a música, a quem faz um pequeno comentário sobre o surgimento da Bossa-Nova e sua importância no panorama nacional. O samba, a alma popular mais profunda cujo patrimônio é a maior distinção da brasilidade com o resto do mundo, pois que nunca imitado, não é retratado em seu livro.

Quanto ao cinema, não deixa de ser surpreendente a observação de Alberto Cavalcanti, o cineasta brasileiro que fez cinema na Inglaterra, fundou a Vera Cruz no Brasil, desentendeu-se, saiu, criou outra companhia cinematográfica, faliu, passou-a para a TV Record e voltou para a Europa de onde nunca mais saiu. Segundo Martins (p. 321), o diagnóstico de Cavalcanti sobre o cinema nacional transcende o próprio cinema, pois consegue enxergar o próprio drama nacional em poucas linhas. Segundo o cineasta, os principais problemas do nosso cinema são:

1) fator étnico (improvisação, pressa, falta de gosto pelo acabamento);
2) fator ético (falta de equilíbrio, falta de confiança em nós mesmos, imoralidade e grosseria nos filmes);
3) fator industrial (falta de equipamentos e/ou desperdício);
4) fator econômico (falta de capitais, que desejam rápida retribuição);
5) fator profissional ou técnico (deficiência, arrogância, convencimento);
6) distribuição (deficiente);
7) exibição (entradas baratas demais);
8) crítica (incompetente, preconceituosa)

Trata-se, na verdade, de um diagnóstico do Brasil, cinematográfico ou não, que vale para a nossa história do cinema muito depois da Vera Cruz.

O que se pode dizer do hercúleo trabalho de Wilson Martins é que com a banalização dos cursos de ciências humanas, com a supremacia do marxismo vulgar no conhecimento, ele tornou-se um autor de bibliotecas, reservado a uns poucos estudiosos de nossa nacionalidade. Da mesma forma que os autores por ele abordados, sua obra ainda está à espera de um crítico capaz de avaliar em profundidade o maior trabalho já feito sobre nossa vida intelectual: sem tantos correlatos.


Adelino Magalhães — Obra Completa

Picado pela narrativa irônica e divertida, li a obra completa em um só tomo em papel cebola. São:
Casos e Impressões – 1916
Visões, Cenas e Perfis – 1918
Tumulto da Vida / Inquietude – 1920
A hora veloz
Os momentos
As marcas da emoção
Iris
Plenitude
Quebraluz.

Tem frases gostosas como: “o pertinaz esforçou-se para arrastar a crioula...”
O destacamento – para metáfora do membro viril,
A carroça lá estava com seu burrico muito pensativo.
Nomes: Serapião e Aristides
A rapariga respondia aos desengoços estrepitosos...
O corpo pesadão de gorduras frementes...
Muito amarelo defúntico...
Voz faceta.
Balançando num dengo bilateral.
A um gesto meu, entre bailarinas gaiditanas (de Cádiz), líbicos escravos apareceram.
Já estava a coisa ficando borrascosa...
Ficaram encaralhados os pombinhos....
Deslizou o Zezé....
Bateu com o braço no veículo da gentileza póstuma do Amaral.
Tinha a inteligência nos olhos daqueles pagodeiros, tão elucidativos.
Vibrar a língua na reputação dos seres...
Fungava uns versos muito mal fungados
A zoada era tremenda
A multidão se catadupava
Tinha o pescoço tão esticado quanto o furor amoroso em jejum de duas semanas.
Mandando-a despretensiosamente à honestidade que a espremeu cá para as misérias terrenas.
Chorava polacamente – com peitarrões balouçando, como duas indecisões indolentes e pacholas de fêmea que está caindo com o enrabichado fiteiro, escolado.
Um olhar xenófobo e navalhante.
De rosto longo, pampinamente cavalar.
Sai-te daí.... desses mucudos zebróides.
O telefone tiniu, rancorosamente
Telefonada meretrícia
Uma cara de percevejo lavado.
Formidaloso tango
Pegado ainda de supetão pelas vendaválicas surpresas do matrimônio – ó frívolo que ignoras que muitos homens existem no homem, que muitas vidas existem na vida...
Sob a unidade-motivo, sob a sinfônica de um Mistério maior que engloba tantos mistérios... É que está ausente o Mário, por essas horas engrossando as sobrancelhas.
Hip! Hip! Hurra!!!
Que seria do mundo sem a desonestidade dos graúdos e a frivolidade das mulheres?
Sobre a igualdade social, no canto Avante! Avante! De Tumulto da Vida

“Fracos e fortes; pequenos e grandes, por natureza; glórias e misérias físicas, estúpidos e inteligentes, já não falando dos outros acidentes mais particulares da forma, da cor da estrutura – a Natureza que fez os seres para viverem uns às custas dos outros, para se aniquilarem, como poderia ela admitir a igualdade, a liberdade, a fraternidade, que são conceitos mais antagônicos no plano geral e intrínseco de sua obra?”

“De novo a divagar.... e a mesma civilização que abre luzes ao povo, não admite que, consciente de seus direitos, iluminado pela Escola, o Povo peça o fim de sua escravatura”.
Pg 369.
“A civilização cristã combate os princípios cristãos do maximalismo”.
“Hah! Hah! As reformas sociais, tais quais eles engendraram, são tão inconcebíveis que só mesmo o desejo de domínio poderá levá-los à audácia de pregá-las”.
“Sou um esquecido de mim mesmo. Vivo na inconsciência de mim mesmo, não tenho a ideia nítida, a sinceridade do que se passa em torno de mim e em meu interior! Pg 381.

Arreganhos verbosamente dinamiteiros.
Por onde passa Dedeco há sempre um assanhamento de minhocas.
No Rio, segundo Dedeco, há um enxame de mestiços farejadores das verdades mastigadas dalém-mar (e das mentiras, outrossim)... a desamassar banalidades quilométricas que tendem a endeusar....

Os fracudos “grandes homens” da Caboclolândia. Dedeco olha para os “jornalistazinhos” de sua terra como para uns pivetizinhos literários, que seria preciso prender.... Prender como a serezinhos inoportunos, sem solenidade, levando-os pelos fundilhos das calças.... tendo cuidado apenas de não se machucar com o esperneamento dos insignificantezinhos.
Aliás, Dedeco se sente mal num país onde o pé dos foot-ballers tem mais valor que o cérebro dos pensadores. Um povo desses que quer levar a cabeça ao nível dos pés, não pode agradar, pela sua atitude muar, ao nosso filósofo.

Sendo ele um desordenado convulso.

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FIFINHO AUTORIDADE
Acidadanado bípede vulgar. Repórter chatíssimo, micrometricamente chato.
“Bem, Fifinho nunca respondeu 'não' aos que tem alguma força social.... porque, de fato, é uma das grandes habilidades de Fifinho fazer com que a própria pessoa interessada abandone enfim a primitiva pretensão, que dependia em grande parte de um esforço de Fifinho. Por isso, fingindo-se de acordo com a utopia do outro, vai-se-lhe oferecendo em aparente espetáculo de desilusões, até que, por meio do exemplo de seu malogro, o autor das pretensões desista peremptoriamente dela” pg. 410
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Tinha o andar de um intelectual abanando a saturação de suas ideias; mas o mais certo é ser ele a mestiçagem do branco, que caminha ereto na sua decisão vitoriosa e do negro, que recua, apavorado ainda, num medo ancestral do chicote.

Um serafim desdentado e chumbado na asa.
A feminina aristocracia abre-pernas de Petrópolis.
No Brasil, os homens morenos, nascidos da sarjeta e sem essas baboseiras de ciência.... são os que galgam as maiores posições!
Ardente de jupiteriano domínio.
Estava uma noite quente, derretedora, a comprometer pinturas de comediantes.
Engazopar – embarrilhar, meter em prisão.

“L'arte non tiene Pátria' – exclamou o espanhol.
“Só assim não se pensa no Brasil... onde a Pátria da arte é o mundo menos o Brasil – respondeu Barbosa” (pg., 441).
Tumulto da Vida – Aquela por detrás.
Gabiru – velhaco, patife, finório.
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O CLISTER
“Se a moça solteira deveria ter um só namorado, isto é, um só noivo em expectativa. Floripes pensava que deveriam existir muitos, para que, na escapulada de um, houvesse bastantes para a substituição. Era pela 'reserva nupcial'. (pg. 452)
--- cariocamente lambisgóia
--- Encalistrar – envergonhar, vexar.
O dedinho circulava angustiantemente no ar.
Depois da discussão de casar com um homem inteligente: aquela confissão dava assim a ideia de um abrir de pernas feminino diante de um pênis erudito e inteligente, pentelhadamente sábio; o qual, antes da “desgraça” feita, já lá estava a conjeturar, em sua careca mui conselheiramente rubra, no que deveria fazer para a reabilitação da vítima.
--- com gestos epileptizantes.
--- estafermo – basbaque, pespego
Filosofanças
Ias esponjando tua casta volúpia, em meneios bailarinos, por entre macios gozos da fantasia.

MORREU O JUVENAL – pgs 599-603
É um conto curto de excelente humorismo sobre a morte de um amigo a quem o ato mesmo de morrer termina sendo julgado positivo. Bom para ser distribuído.
Depressa com isso, ó daí! [Muito bom pra chamar um garçom com grossura]
“delíquios líricos” - p. 607
“... meu herói-macio que prejulgas a falta que farias....
O Juvenal era desses leitores que criam os autores.

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CORO DAS VÍSCERAS FEDERADAS DO ORGANISMO REPUBLICANO PAULO TEIXEIRA CABRAL.

(Letra e música de um admirador do ínclito cidadão) pg 605
Homem de bem cometeria infâmias com uma mulher sobre a qual já se desglandulou seminalmente?
Sus! Ao alto! Ao epopéico!
As 21 noites de Paulo Claudio falam da insônia.
Meu: covardes acordes imprevistos
sarabanda
Sobre a cocaína, pgs 682 e 621
Músicas acriplangentes [serve para o estilo epopéico dos clipes do MST].
Frase adelina típica: “vendaval de loucura luminosa levanta poeira de ilusão pelos salões ofegantes”.
Quanto ao 'simila similibus curandur', se a menor quantidade de vírus preserva contra o vírus maior, é real também que nada cura o mal com tanta eficiência na sociedade humana como o excesso do próprio mal; pelo desgosto, que acaba por se tornar insuportável, que vão provocando os exageros do mal. Pg 754

Artista, homem de ciência, homem de Estado, vulto de ação ou de pensamento – qualquer inteligência algo acima do normal – se distingue logo por certa natureza “panorâmica”, isto é, por um espírito de generalização que tende para o universal: são indivíduos, cujo mérito consiste em disfarçar a mesquinhez humana na miragem do grandioso, frequentemente indefinível.
Jacy é assaz tempestuosa de quadris.
Alonginquando.
Os dedos circumaprofundaram pelas intimidades deste corpo primaveril.

É essa minha grande tristeza: quando estou com as pessoas que quero bem, sinto que não as trato com o suficiente afeto. E quando se vão embora, a mim oprime, entanto, uma profunda saudade, junto a um melancólico remorso.
O Bem é a harmonia das coisas – não se lhe pode dar mais intransponível definição.

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IRIS – p 836

Como vivemos no relativo, na incerteza do que quer que seja: em ciência, em filosofia, em crenças religiosas, em moral! - Como temos profunda intuição de que jamais chegaremos à noção absoluta de qualquer coisa, somos levados a consciência de que o homem foi feito para o engano: fatal, profundamente. A mentira é o elemento natural da vida: a verdade é a luminosa ilusão. A mais sinistra danação nos condena a vivermos de olhos quase fechados. Através das pálpebras caídas, a divisar as coisas como podemos – assim é que havemos de ir arrastando essa misteriosa passagem pela existência.
E em tal misteriosa passagem, que mistério mais atroz do que esta danação de vivermos apenas a “sombra” da vida?

Um mar imenso, picado de reflexos seráficos.
Ninguém quer a verdade pela verdade, mas todos bufam, apostolicamente pela “sua” verdade.
Mesmo que o espírito do autor se restrinja a uma determinada tendência, sectária, todavia se reconhece o verdadeiro pensador como que pela transpiração, em sua obra, de um “instinto filosófico”.
Matias Aires – no século XVIII
Farias Brito e Alberto Torres ou o atilado Nestor Victor com seu requintado psicologismo. Tasso da Silveira. Nenhum resquício de cheiro de sacristia: nenhum bolor exclusivo em cave abafadiça, da Santa Madre! Pg 856.
Avante! Pelos grotões alarmantes de luz....
Tudo em noturno debruçamento.
Nos polares confins da vida.

Lá está Dedeco escrevendo suas coisas!... Não o molestemos! Respeitemo-lo! As ideias de Dedeco formam volume maior que o espaço da vida. Aquilo há de, forçosamente, transvasar para a Eternidade!
– Olhem o nariz que se afila e mais lhe entra o queixo na meditação. No seu perfil característico de “avante”!

AM reclama da ciência que estuda as anomalias humanas (alcoólatras, pederastas, surripiadores, homicidas) para ao fim abrir uma perspectiva de legitimidade da morbidez de qualquer humana estrutura.

Construções verbais horríveis: Tu te me chegas, como uma galhardia para a turbante Luz do Eterno.
Uma literatura de instantâneos.
Entre a calma felicidade que não satisfaz, e o delicioso desejo, que não chega à felicidade: - eis, meu irmão, em que se vai finando a gente. – No que lhe diz respeito...
Teve você o esplendor da agitação: foi você desses que parece levarem a teimosia da vida até para dentro do nosso destino de morte!...

Vai incontável para o pecado.
Vive em enxaqueca de irritação.


Juca Mulato – Menotti Del Picchia – Ed. Itatiaia 1981

E quando vai buscar a felicidade, ele, que poderia encontrá-la em si mesmo, escondeu-a tão bem, que não sabe onde está!

Blague
D.H. Lawrence – A Fantasia do Inconsciente.

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Falar sobre a iluminação do La Sereníssima, o atordoamento do brilho das lâmpadas amaciado por uma engenharia equilibrada.
São tantos os ladrões que habitavam o La Sereníssima que o porteiro recepcionista chegou a pensar no inusitado de promover uma limpeza moral com base no único e exclusivo critério do check-in.
-- O amigo tem um apartamento disponível?
-- Para quantos?
-- Só para mim.
-- Pois o senhor está preso.

[O comportamento psicológico do insurgente indica que a ação é exercida para a violência, já que está no uso da violência a conquista do “avanço social”.

Por isso, tanto uma invasão de terras – e a sua resultante repressão – quanto o quebra-quebra de uma passeata realizada por grupos sindicais urbanos, são todas decorrentes da mesma evolução mental, a passagem do espírito naturalmente democrático, para o fascismo. Por isso, o fascismo é uma evolução criada por uma brecha na organização social e tolerante aos constantes achaques e aos seguidos desrespeitos à lei e à ordem.

Mas esse desrespeito não é uma invenção e nem tampouco um gesto isolado. Antes de tudo, ele é a assunção de que atos semelhantes e muito piores são cometidos em setores mais altos da sociedade e que no passado eram respeitados e na nova escalada de poder passam a ser imitados.

O que lhe dá mais força para seguir na transgressão é o caráter religioso da causa, em que as atitudes não são mais matérias debatíveis, mas um dogma a ser seguido. Com o caráter de absoluto dogma nada mais resta de reprovável na mente totalitária.]

Oliveira Viana – Sobre o totalitarismo, cap. X, pg 247. “Hoje, por todo o país, difunde-se a ação tutelar do 'Poder Público' “.

A SÍNTESE DOS HÁBITOS COGNATOS – significa a recursividade dos procedimentos alavancados pela cultura.

Tendo docilizado a oposição num longo trabalho pós-mensalão por referendar a corrupção como prática cognata ao modelo político, o neototalitarismo avança sobre o espaço econômico produzindo os desastrosos esfacelamentos de novas empresas competitivas em agregados altamente endividados, a exemplo do desmanche dilmiano da Petrobras [ uma verdadeira época que a história haverá de comparar ao período devoniano da geologia terrestre]. É o caso da Telebras e do significado desta empresa na reconstrução do modelo deficitário e escandaloso das telecomunicações, para não falar dos avanços sobre a autonomia da Vale do Rio Doce em objetivos idênticos. Paralelo a estes avanços dilapidadores, vai emergindo a cara perplexa da verdadeira realidade. Uma oposição popular que precisa recriar o ideal da liberdade através do engajamento e da ação, muito além da persuasão, por isso aproximando-se da postura revolucionária do passado.

A princípio focada exclusivamente nas demandas provocadas pela crise econômica: inflação em alta, déficit público galopante, desperdícios suntuosos, aumento de impostos, favoritismos insultantes, negociatas escandalosas vão servindo de energia para as mobilizações. Perdendo poder aquisitivo, parte da classe média se desgarra do oficialismo como em um litígio inconciliável.

Tudo isso é previsível e esperado quando se sabe que por questões de teoria econômica todas as propostas neototalitárias conduzem à crise econômica, tendo a desculpa – muito bem plantada pelo inconsciente – que tiver.

O único senão é saber se esta oposição será capaz de romper a barreira dos chavões das afirmações ocas, e se será capaz de produzir um modelo de democracia que não seja mais tolerante para com seus lobos vestidos de carneiros e sobretudo o dilema maior de todos a ser enfrentado: o do fim do regime de exceção para o funcionalismo público, condição sine qua nom para a limpeza do estado e a conquista da igualdade de direitos em toda a Nação pela primeira vez desde o descobrimento. Como se vê, é tarefa intelectual desafiadora e inquietante, mas que será o conjunto de ideias mais postuladas para o século XXI.

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O mito poligenético.-- Idealização de um momento primitivo de interação social que deve retornar, sob forma superior, num estágio final da história humana. O mito poligenético na América Latina está nas invocações do Sandinismo, do Zapatismo, dos Montoneros, do Sendero Luminoso e de Tupac Amaru. E entre nós, na glorificação de Tiradentes e Zumbi dos Palmares.


Octavio Paz — Las Peras del Olmo

“Em nossas mãos goteja um ácido que corrói tudo o que toca”. ...”frente a um país que nunca pode vestir com inteira correção o traje da civilização racionalista”. Pg 51

Pg 51: “Toda crítica, mesmo a contrária, encerra um elemento de solidariedade, uma vez que recusa a cumplicidade com o “nadismo” e o chiste maldoso”.

Pgs 57-58 – Fala do engajamento social através da poesia e da revolução para a criação de um novo homem livre das desilusões de sua época, e da postura crítica frente as decepções das ideologias “libertadoras”.

Poesia de solidão e poesia de comunhão.

Pgs 95 – 106: Conferência realizada para expor as diferenças entre a poesia de San Juan de La Cruz e Gôngora, explanando o paralelismo entre a poesia e a mística religiosa.

Pg 123 – A arte é uma forma superior de conhecimento. E este conhecer, com todas as nossas potências e sentidos, sim, mas também sem eles, suspensos em um arroubo imóvel e vertiginoso, culmina em um instante de comunhão: já não há nada para contemplar porque nós mesmos nos fundimos com aquilo que contemplamos.

Três momentos da literatura japonesa – pags 107 a 134.

Pg 143 – Ademais nenhum escritor negará que quase sempre suas melhores frases, suas imagens mais puras, são aquelas que surgem de pronto em meio ao trabalho como misteriosas ocorrências. E o mesmo acontece em nossa vida diária: sempre há uma estranha intrusão, uma ditosa ou nefasta “casualidade”, que torna irrisória todas as previsões do sentido comum”. Pg 155: O homem se sente cortado do fluir da vida e para compensar esta sensação de orfandade e mutilação acude a todo tipo de sucedâneos: religiões políticas, embrutecedoras diversões coletivas, promiscuidade sexual, guerra total, suicídio em massa, etc.

O caráter impessoal e distintivo de nossa civilização se acentua a medida que o sentimento de solidão cresce nas almas. “Quando os deuses morrem” dizia Novalis, “nascem os fantasmas”. Nossos fantasmas encarnaram em divindades abstratas e ferozes: instituições policiais, partidos políticos, chefes sem rosto. Nestas circunstâncias, retornar à magia não quer dizer restaurar os ritos de fertilidade ou dançar em coro para atrair a chuva, porém usar de novo os poderes de exorcismo da vida: restabelecer nosso contato com o todo e tornar erótica, elétrica, nossa relação com o mundo. Tocar com o pensamento e pensar com o corpo (sublinhado). Abrir as comportas, recuperar a unidade. Assimilar, em suma, a antiga e ainda vívida concepção do universo como uma ordem amorosa de correspondências e não como uma cega cadeia de causas e efeitos. Assumir a realidade da magia não implica em aceitar a realidade dos fantasmas da magia, porém voltar a seus princípios, que são a própria origem do homem.


Rodrigo Constantino – A Esquerda Caviar – Record 2013.

O que sempre me perguntei é até que ponto a adesão a manifestos, apoios a governos de esquerda não passa de um oportunismo de marketing, onde a celebridade não se “deixa levar” pelos grupos políticos como forma de vender seus livros, músicas, filmes, etc?
Não existe uma percepção intuitiva por parte do artista de que todo liberal é tolerante por natureza e que, por isso, ganhar os corações dos grupos sectários é um instrumento de prestígio mercadológico?

Considere um Jorge Amado, um escritor que só se tornou popular com a movimentação do PC em prestar apoio em jornais e conferências por todo o país e mundo.

Cotejar com A CIVILIZAÇÃO DO ESPETÁCULO de Vargas Llosa.

Na página 91 argumenta não ser um reacionário, a menos da acepção rodrigueana.

As boas intenções de Max Aub (tudo começa quando surge na casa da família uma moça chamada Remédios, que alega ser mãe de um filho de Agustin. O rebento não era de Agustin, o bom rapaz, mas de seu pai, que usara o nome do filho com a amante.

Agustin aceita a farsa para poupar a mãe e o episódio se transforma em uma comédia de erros.

“É inútil fazer um homem abandonar pelo raciocínio uma coisa que não adquiriu pela razão”. Swift.

Pg 168 – cita Eduardo Galeano e As Veias Abertas da América Latina.

Fala de uma “esquerda carnívora”, mais reacionária que todas, que ainda consegue pregar o socialismo depois de seu vergonhoso fracasso” (170). A esquerda carnívora é aquela que sente atração por caudilhos como Hugo Chávez. Mas a “esquerda vegetariana” ainda aceita certos postulados de uma economia de mercado.

Pg 180 – Os terroristas palestinos miram cada vez mais em alvos chocantes, como pequenas crianças (sic).

R.C. cita o termo liberal como sinônimo de esquerdista. Ele se concentra mais em narrar os eventos de acordo com a literatura internacional. Assim, no capítulo sobre a escravidão, não fala no Brasil. Isto comprova o fato de que a cultura nacional foi abandonada pelos analistas sociais liberais, ou RC é apenas um caso isolado?

Na minha opinião, a cultura nacional foi abandonada. Isto explica o fato dos sociais liberais brasileiros não serem mais lidos e, de certa forma, a ausência de uma literatura sobre a nossa crítica do status quo petista e as formulações de uma política para a transição para uma sociedade de estado mínimo.

O relato sobre Che Guevara e o mito não fala do fato de que a revolução cubana despertou interesse entre os liberais latinoamericanos e brasileiros (clique para ler Cuba para neófitos no blog Ensaios Educativos) por representar uma nova esperança para o continente, que viria a se esfumar lentamente com a crise dos mísseis e depois com a revelação dos campos de concentração.

Em a Ilha dos Sonhos retoma o tema da revolução cubana. Deveria ter sido exposta antes do Mito Che Guevara.

Pg. 260: o problema do Welfare State não é abordado no quesito de crítica ao nosso funcionalismo, especialmente na questão do trabalho, tampouco do sindicalismo, o que demonstra a falta de elo de ligação com a tradição liberal. Sem Preconceitos talvez seja o capítulo mais inspirador do livro. RC é um metrolibreral. Ele descreve o anedotário do politicamente correto.

Nacos:
Alan Sokal – Imposturas intelectuais.
Progressismo – progressista na pg 132
Progressive – relating to progression moving forward or onward.
Persignar-se – fazer os três sinais da cruz, na testa, na boca e no peito com os três maiores dedos.
Pedilúvio sentimental


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